As tecnologias de reconhecimento facial empregadas tanto em âmbito de entidades particulares, quanto de entidades públicas apresentam certas variações entre si. As variações na forma de funcionamento podem ser referentes à sua forma de verificação dos dados e à sua finalidade do tratamento das informações.
Com relação à sua forma de funcionamento, os sistemas de reconhecimento facial podem se subdividir em:
Padrão
Consiste no estabelecimento do faceprint com base nos dados obtidos a partir das medições feitas entre os pontos nodais. Comumente indicado como sendo o método originalmente desenvolvido para integrar as aplicações de detecção facial e permitir o reconhecimento facial.
Sistemas de detecção facial consistem na identificação de faces em imagens, não armazenando detalhes e informações específicas associadas ao indivíduo, apenas indicando a presença de um rosto. Por outro lado, sistemas de reconhecimento facial não apenas realizam a detecção facial, como também armazenam informações específicas de cada uma das faces detectadas, utilizando-se desses dados para cruzar referências com bancos de dados para tentar identificar um indivíduo específico, associando seu rosto ao seu nome, idade, sexo e outras informações.
Mapeamento tridimensional da face
Refere-se ao método de aprimoramento derivado do sistema padrão de reconhecimento facial e que consiste na elaboração de um modelo 3D de um busto contendo a renderização das imagens obtidas de diversos ângulos do indivíduo e de projeções feitas para tentar corrigir falhas do molde tridimensional. Essa forma de funcionamento fora desenvolvida visando sanar o problema observado no método supracitado, oriundo da angulação da câmera perante o indivíduo.
STA – Skin Texture Analysis
O método consiste na identificação dos indivíduos sob análise com base na realização de medições a partir de características dermatológicas. Isso significa que o sistema analisará a superfície da pele da pessoa para transformá-la em um espaço matemático, onde será possível identificar e medir a distância entre poros, padrões ou linhas únicas de cada indivíduo. O método de funcionamento trouxe como benefício um aumento considerável na performance do processo de identificação de pessoas por meio desses sistemas.
Térmica
A obtenção de informações térmicas dos indivíduos permite a utilização de sistemas de reconhecimento facial em ambientes que apresentam baixa luminosidade. Dessa forma, câmeras localizadas em ambientes escuros (como cinemas, garagens, instalações subterrâneas, entre outros) ou em ambientes que passam a ter menos luz com o decorrer do tempo (uso noturno em ambientes internos e externos) passam a ser capazes de efetuar o reconhecimento facial de indivíduos que transitam pela região e passam a poder fazer isso sem que haja quaisquer indicações a respeito da existência e localização da câmera.
Infravermelho
Consiste no uso de câmeras que operam em uma frequência abaixo do espectro de luz visível ao olho humano e não distinguem cores nas imagens capturadas. O funcionamento dos sistemas baseados em câmeras infravermelho é similar ao método padrão, mudando apenas o equipamento utilizado para a coleta de imagens. Essa forma é comumente utilizada em aparelhos mobile como smartphones, tablets, laptops e outros equipamentos. Dentre as vantagens deste método consta o fato de que, por não haver o armazenamento de cores na imagem, os arquivos são menores e a exigência de poder computacional é parcialmente reduzida. Além do exposto, o principal ponto que favorece a sua ampla utilização é que, por fazer uso de iluminação abaixo do espectro de luz visível ao olho humano, é imperceptível quando determinado indivíduo olha diretamente para o aparelho, logo, não causa qualquer desconforto ou notoriedade ao ser ativado.
Misto
Conforme implicado pelo termo, baseiam-se em sistemas que empregam múltiplos métodos citados, apresentando maior efetividade e, por consequência, uma quantidade consideravelmente maior de informações coletadas e armazenadas. No que diz respeito ao método de verificação dos dados, sistemas proprietários de entidades privadas comumente se utilizam de bancos de dados abertos e públicos, como redes sociais ou bancos de dados próprios, internos da empresa, por exemplo. Em contrapartida, sistemas utilizados por entidades públicas possuem todos esses recursos ao seu dispor e possuem, adicionalmente, informações que apenas o Estado possui, como por exemplo bancos de dados criminais, bancos de dados de órgãos emitentes de documentos oficiais, dados cadastrais para acesso de prédios governamentais, entre outros. Vale ressaltar que não é todo e qualquer órgão da administração pública que faz uso de sistemas de reconhecimento facial e, dentre os órgãos que o realizam, não são todos que possuem acesso irrestrito a todos os bancos de dados.